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PAGODE DA TIA DOCA

Jilçária Cruz Costa, a Tia Doca da Portela, nasceu em 20 de dezembro de 1932 no morro da serrinha e trabalhou como tecelã e empregada doméstica. Um dos baluartes da Portela, Tia Doca fez de tudo na escola: puxou corda – antigamente as escolas eram limitadas por cordões, como os blocos baianos de hoje em dia –, foi da ala dos compositores, destaque, diretora da ala das baianas e integrante da diretoria (PORTELA WEB, 2016) .

 

Tia Doca era prima de Dona Ivone Lara. Sua mãe, Dona Albertinha, foi a primeira porta-bandeira da Prazer da Serrinha e só parou de desfilar quando a escola acabou em 1947. Seguindo os passos da mãe, Doca já era, aos 14 anos, porta-bandeira da Unidos da Congonha, em Vaz Lobo. Seu mestre-sala era Benício, que mais tarde formaria par com Wilma Nascimento na Portela.

 

A entrada de Doca na Portela foi em 1953, após seu casamento com o compositor Altair Costa, filho do compositor Alvarenga. Em 1970, entrou para a Velha Guarda por sugestão de Alberto Lonato e teve como examinadores Alvaiade e Armando Santos; vindo a substituir a lendária Tia Vicentina.

 

Era muito ligada a Clara Nunes, que promoveu diversas rodas de samba no quintal da sambista. Como compositora, Doca é autora do partido-alto "Temporal", por ela gravado num disco ao lado de Monarco, e do samba "Orgulho Negro", em parceria com o filho Jadilson Costa, gravado por Jovelina Pérola Negra.

 

Situado em Madureira, na rua João Vicente, o pagode da Tia Doca, hoje também conhecida como Roda de Samba do Nem - filho de Tia Doca - é considerado uma das mais tradicionais rodas de samba do Rio de Janeiro (VIVA FAVELA, 2016).

Mesmo tendo origem em 1975, é em 1979 que o Pagode da Tia Doca começa a ser promovido, a partir do momento que Tia Doca abre as portas do quintal de sua casa, que passa a ser considerado “berço” para diversos nomes ligados ao samba, como Dudu Nobre e Zeca Pagodinho.

 

Nos anos 2000, os sucessos do pagode original foram gravados no CD “Pagode da Tia Doca”. Outro momento importante foi a participação no documentário “O Mistério do Samba”, idealizado pela cantora Marisa Monte.

Em 2009, minutos antes de a Portela iniciar seu segundo ensaio técnico na Avenida Marquês de Sapucaí, a notícia de que Tia Doca teria morrido se espalhou como rastro de pólvora. Um susto e um aviso, talvez. Uma semana depois, no dia 25 de janeiro, ela faleceu, vítima de um infarto.

 

Mesmo com o falecimento de Tia Doca, o local continuou sendo referência do samba carioca e ponto de encontro de sambistas consagrados.  Hoje o repertório é voltado para os bons pagodes modernos, como os do Cacique de Ramos, Almir Guineto, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e Beth Carvalho.

 

 

REFERÊNCIAS

 

PORTELA WEB (2016). Página da web. Disponível em: <http://www.portelaweb.com/arquivos.php?codigo=144&cod_cat=3>, acessado em 04 de janeiro de 2016.

 

VIVA FAVELA (2016). Página da web. Disponível em: <http://vivafavela.com.br/610-pagode-da-tia-doca-vira-patrimonio-cultural/>, acessado em 04 de janeiro de 2016.

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© 2016 por Paula Rocha.                                                                                                                                                   Criado com Wix.com

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