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MERCADÃO DE MADUREIRA

Ao início de 1914, em nova intervenção do Governo municipal no sistema de abastecimento da Cidade, o prefeito Bento Ribeiro promove a concessão de pequenos mercados varejistas em vários bairros. Para o abastecimento desses varejos, em local atualmente sob as pistas de acesso do Viaduto Negrão de Lima, a Prefeitura, cercando o terreno e abrindo alamedas para a instalação de barracas permanentes, oficialmente cria o Mercado de Madureira.

 

Em decorrência da Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, ocorrem graves problemas no abastecimento, levando a que, em 1916, o prefeito Azevedo Sodré autorizasse o funcionamento de feiras ou mercados livres em dias de semana previamente designados, sendo estes estimulados e abastecidos com a intervenção governamental por meio do programa de Fomento Agrícola, o que em muito trouxe benefícios aos lavradores que no Mercado de Madureira negociavam os seus produtos. Neste mesmo ano surge a necessidade da E. F. Central do

Brasil proceder à duplicação da sua Linha Auxiliar, o que no trecho da Estação de Magno obrigou o remanejamento de torres e linhas de transmissão da Light, colocando em risco de desastre o espaço do Mercado de Madureira.

 

Para a solução do problema então criado, a Prefeitura do Distrito Federal transfere o Mercado de Madureira para o então campo livre existente no lado oposto da linha férrea, entre esta e o entroncamento da Estrada do Portela com a Estrada Marechal Rangel, para qual faz frente.

 

Em 1929, identificando o grau de desenvolvimento do comércio junto à Estação de Magno, o prefeito Antônio Prado Júnior manda construir na área central do mercado um grande pavilhão de boxes.

 

Período marcado por grandes mudanças na ordem política e social brasileira, foram os anos de 1930 decisivos para a solidificação do Mercado de Madureira como principal centro de abastecimento do subúrbio carioca e destacado fornecedor para mercados do Centro e Zona Sul. Com as mudanças econômicas do novo Governo que se implantava, verifica-se expressivo desenvolvimento industrial no Rio de Janeiro, o que concorreu para o adensamento urbano nos subúrbios. Novos loteamentos nos bairros da Central e Leopoldina, eliminando as poucas propriedades agrícolas ainda remanescentes, acentuam ainda mais o crescimento populacional local, tornando insuficiente o comércio porta a porta até então existente, com o qual era feito o suprimento diário de carnes, leite, legumes e verdura.

 

Em decorrência dessa nova realidade, ampliam-se por todo o subúrbio as quitandas e pequenos armazéns a varejo que, principalmente, têm no Mercado de Madureira o mais importante centro fornecedor por atacado.

A crescente demanda de comerciantes e mercadorias e o pouco espaço para as instalações de venda davam ao Mercado de Madureira um aspecto de desordem controlada.

 

A reforma de 1949 feita no local, consistia na construção de 26 novos boxes, uma área de recuperação de caixotes e, por iniciativa dos maiores comerciantes locais, a construção de um prédio de três pisos que, ocupando o espaço frontal do mercado, além de a ele servir como portal de entrada, nele estarem localizadas as dependências da administração e fiscalização do Município e as salas de escritórios dos grandes atacadistas. Entretanto, esta reforma não foi suficiente para atender ao crescimento das atividades no Mercado de Madureira e este, logo nos primeiros anos da década de 50, já apresentava as mesmas características de desordem antes existente.

 

Seu constante crescimento saturava o seu espaço interno, e o seu entorno tornava-se exíguo para as suas operações de carga e descarga, agravado pelo intenso crescimento urbano do bairro.

 

Em 1961 o Mercado de Madureira foi extinguido, sendo inaugurado em 1963 o Grande  Mercado de Madureira, carinhosamente chamado de Mercadão. Na segunda metade da década de 60, o Grande Mercado de Madureira alcançaria seu apogeu como centro distribuidor de alimentos, e a sua movimentação de varejo, atraindo grande número de consumidores, passaria a impulsionar o crescimento do comércio lojista, levando a Madureira, na década seguinte, alcançar a condição de segundo maior centro comercial do ainda Estado da Guanabara.

 

 

REFERÊNCIAS

 

Martins, Ronaldo Luiz. (2009) Mercadão de Madureira: Caminhos de Comércio. 1ª edição. Condomínio do Entreposto Mercado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2009.

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